Plano de oficina: Como nossa conduta interfere nas relações humanas? Uma investigação partindo do filme "O Senhor das Armas"

PIBID/UCS - FILOSOFIA

Bolsistas:CECÍLIA CAVALHEIRO, MÁRCIA LUÍSA ANDREOLLA E PATRÍCIA DEISE SANTOS
PLANO DE UNIDADE DE APRENDIZAGEM-

Nível de ensino: Médio
Tema: Determinismo e liberdade incondicional
Período de execução: 100 min.
Questão problema: Como nossa conduta interfere nas relações humanas?
Objetivos:
-Oportunizar momentos que facilitem o pensar e o pensar sobre o pensar.
-Contextualizar conhecimentos filosóficos, tanto no plano de sua origem específica quanto em outros planos: o pessoal, o entorno sócio-político, histórico e cultural.
- Propor reflexões éticas sobre as ações humanas.
-Analisar como nossa conduta interfere nas relações humanas, abaladas frente ao mundo contemporâneo.
Material: Trechos do filme: O senhor das armas; textos didáticos sobre diferentes concepções de liberdade, folhas com tarefas.
Desenvolvimento:
A oficina será iniciada com o vídeo com alguns trechos do filme “O senhor das armas”. O filme, estrelado por Nicolas Cage, é baseado na história real de Viktor Bout, um dos maiores contrabandistas de armas de fogo do mundo. No enredo, o personagem revela como viaja por diversos continentes mediando o fornecimento ilegal de armas e munições a governos, em geral, comandados por ditadores. Após, vamos dividir a turma em quatro grupos (que deverão fazer uma discussão inicial), para em seguida podermos fazer um debate coletivo em cima das questões que seguem (salientando que estas poderão ser relacionadas com outros temas como tráfico de drogas, vendas de bebidas alcoólicas para menores, vendas de televisores e ou outros produtos no comércio em geral, etc...). Será entregue também um texto didático, para potencializar a discussão. ( em anexo).
- " Vale a pena arriscar minha própria vida para tentar salvar uma comunidade?"
-" Sendo eu um vendedor de armas, é responsabilidade minha os massacres cometidos pelos compradores?" 
-" Se Yuri vender armas para causas justas como: libertar o país de ocupações, o ato dele será justo?" 
Os oficineiros irão interagir com os estudantes durante o debate, buscando fazer relações entre o filme, as ideias discutidas no grupo e o texto entregue.
 Em seguida, será entregue aos alunos uma folha com a seguinte tarefa reflexiva ( que deverá ser feita individualmente): 
Leia e reflitas frente os seguintes apontamentos e após, escreva um pequeno texto ( mínimo de 10 linhas)contextualizando com ideias discutidas nesta oficina:
 " As armas que são compradas de Yuri podem ser usadas para circunstâncias justas e injustas. Isso quer dizer que o vendedor tem responsabilidades pelos atos justos ou injustos de seus clientes?" 
" Quando estamos descascando uma laranja e nos cortamos com uma faca, podemos culpar o vendedor da mesma por termos nos cortado?" 
"É correto eu vender, armas, drogas, remédios ilegais, para meu sustento, uma vez que isso irá prejudicar os compradores?" 
Minha liberdade é incondicional ou determinada?”

Anexo:

Duas teorias sobre a liberdade
Determinismo: parte do princípio que tudo que existe tem uma causa, ou seja, a lei de causa e efeito, foi determinado por algo ou alguém. Exemplo: quando acreditamos que a nossa vida já esta predestinada a algo ou por alguém; quando consultamos horóscopos, cartas, videntes sobre o nosso futuro.

Liberdade incondicional: a liberdade absoluta, do livre-arbítrio, onde o ser humano pode escolher entre uma atitude ou não, independente das circunstâncias. Ou se é inteiramente livre ou então não se tem liberdade.

Sobre estes pontos de vista, o homem é livre ou determinado? Segundo TELES (1996, p. 31) "o sentido mais profundo da questão da liberdade é que, se ela não existisse, o homem se misturaria com a natureza, não se diferenciaria das coisas, pois estaria inteiramente submisso ao determinismo." Se considerarmos a situação em que se encontra um dado ser humano, por exemplo, podemos dizer que pelo fato de estar situado em determinada época, em um local, em uma dada família, contexto comunitário, possui uma história de vida que o poderá tornar um ser previsível. Mas, ao mesmo tempo, temos que levar em consideração que este ser humano possui o livre arbítrio, ou seja, tema capacidade de tomar decisões sobre o direcionamento que pretende dar a sua vida, de sua comunidade e de todos que o cercam.

Temos que ter consciência que nossos atos têm consequências. Sob este ponto de vista o ser humano possui a liberdade de decidir sobre a sua vida, mas se a decisão tomada for errada, ele poderá deixar de ser livre, assumindo as consequências de seus atos.

Segundo ARANHA e MARTINS (1986, p. 318) "a liberdade não é a ausência de obstáculos, mas o desenvolvimento da capacidade de dominá-los e superá-los". Percebe-se a importância dos momentos de reflexão que todo ser humano deve praticar, da capacidade de perceber e antever as consequências de seus atos.
Na adolescência é muito comum a reivindicação da liberdade. O homem nesta fase de contestação e autoafirmação passa, segundo GURDORF apud ARANHA e MARTINS (1986, p. 319) por momentos onde a "liberdade do adolescente é uma adolescência da liberdade, uma liberdade de aspiração [...] a juventude é tempo de aprendizado da liberdade."

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