Textos dos estudantes da Escola Estadual de Ensino Médio São Caetano – Caxias do Sul - sobre
a questão central de nossa Olimpíada: Qual o Caminho para a reconstrução
de nós mesmos?
O Existente que não existe
Ana Carla Pan
Desde que nascemos nossos educadores
nos ensinam como as coisas funcionam, a sistemática da vida. Eles penteiam
nossos cabelos para trás, prendem com laços, nos colocam uma roupa bonita. Eles
nos ensinam o que é certo e o que é errado, e ainda nos ensinam a rezar. É ai
que se forma a base da personalidade. Mas ao passar dos anos, começamos a nos
questionar se o que estamos fazendo é porque cremos, ou porque alguém nos
ensinou?
Tomamos de exemplo quando nos
questionamos sobre Deus: realmente há um “Deus”? E se ele existe, quem ou o que
ele é? Logo que surge uma imensidão de mentes pensantes, surgem diversas hipóteses.
A mais comum delas, é a que liga Deus a criação e poder maior, tendo-o como
exemplo e associando-o a um personagem, uma figura física. –"o Ser
Supremo, o Criador e Regente de tudo o que existe; o Ser auto-existente que é
perfeito em poder, bondade e sabedoria." (trechos da bíblia). Mas não
seria este personagem uma criação dos humanos para que perguntas irrespondíveis
sejam caladas?
Tendo base nesta conclusão, não
entenderia-se a função da ciência em nosso plano, a qual contradiz a existência
deste personagem como patriarca e criador – conforme o contexto bíblico. Também
afirma que Deus não está ligado a explicação de fenômenos sobrenaturais (milagres,
evocações, obsessões), que esta se encontra justamente em nossas mentes: emitindo
ideias e energias altamente convictas, passando a concretizar nossos
pensamentos. E lembrando que ao emitir e absorver energias negativas, podemos
criar doenças psíquicas.
Podemos concluir que ao nos questionarmos
sobre conceitos já formados, estamos em uma ”eterna reconstrução de si”,
derrubando barreiras de pensamentos conceituados e fechados, e reconstruindo um
hall de entrada para novos horizontes, expandindo a nossa mente a novos
conhecimentos cada vez mais. A vida não é pré-determinada: tudo muda, tudo
varia, não havendo uma verdade absoluta. O que alguns chamam de Deus, outros
podem chamar de Ciência, outros de física quântica, outros de natureza, e a mim,
cabe chamar de EU.
Qual o caminho para a nossa
reconstrução?
Anita Monteiro,
Douglas Tenutti,
Kétlin Souza, Patryck Motta
e
Victtórya Souza
Talvez seja
difícil responder essa pergunta, pois na filosofia não se obtém respostas e
sim, perguntas.
Pra você, o que
seria se reconstruir? Existiria algum caminho para a reconstrução? A
reconstrução vem de nós mesmos? A reconstrução tem influência interna ou
externa? Para obtermos a reconstrução temos que agir corretamente? Porém, o que
é correto? O que é correto para você, é correto para o mundo? Minhas escolhas
afetam alguém? As escolhas que fizemos geram consequências? Afinal, o que você
é?
Tais perguntas
não necessitam de respostas concretas, talvez o tão esperado caminho para a
reconstrução esteja onde menos esperamos, seja num momento ou num
segundo. A reconstrução pode estar há uma fração de segundo do agora. Não
se tem uma resposta que possa expressar ou explicar de modo detalhado o que
podemos fazer para alcançar a reconstrução de nós mesmos.
Sendo assim,
acredito que o simples caminho para a reconstrução é sermos nós mesmos,
vivermos nossas vidas e adicionar momentos que nos marquem de uma maneira
positiva, buscando sabedoria através de experiências vividas, buscando uma
ideologia para encontrar o real motivo da nossa existência, o porquê de
estarmos aqui e assim, encontraremos todas respostas para essas e outras
perguntas e enfim, buscarmos a nossa verdadeira reconstrução.
Qual o caminho para a
reconstrução de nós mesmos?
Ariana Nizzola
Quando nascemos a nossa família vai
nos ensinar alguns princípios e crenças, vamos agindo conforme os entendemos,
mas ao crescermos e cada vez nos incluindo mais ao mundo lá fora, começa a
surgir as duvidas, perguntas, respostas e incertezas, podemos encontrar
respostas que podem completar ou totalmente destruir o seu conceito sobre ela.
Então o que é reconstrução? É
refazermos algo que nossos pais ou a sociedade nos introduziu? Temos a
liberdade de escolhermos vários caminhos.
Há pessoas que procuram na religião, outros num livro, ou numa pessoa,
entre outras tantas opções.
Conforme Sartre que viveu na época
da segunda guerra mundial e é a favor da liberdade, digamos que ele viveu um
grande conflito, pois era a época onde os judeus totalmente não tinham direitos,
ele era contra o machismo, racismo, entre outros.
A liberdade representa
possibilidades de escolhas, conforme elas o indivíduo constrói a si mesmo e
torna-se responsável pelo que faz. Se o ser humano ficasse com as ideias
fechadas e prontas, estaria preso a uma realidade e não seria livre, sendo
livre você ultrapassara limites.
Portanto procuro uma reconstrução de
minhas dúvidas e incertezas através de uma verdade, que busque respostas
sinceras e que me tragam a felicidade.
Qual o
caminho para reconstrução de nós mesmos?
Adriana Stürmer Dias,
Bianca da Rosa de Souza,
Brenda Piccoli
Cada
um de nós tem livre escolha sendo elas certas ou erradas, permitindo um caminho
ou aprendizagem e possibilitando minorias nas relações humana. Somos desafiados
a sermos indiferentes na sociedade em que vivemos. Mas como podemos
reconstruir? O caminho para reconstrução de nós mesmos não existe, pois cada um
muda por si só, não existe um caminho exato. A tentativa de mudar de atitude ou
até mesmo de personalidade convém do seu interior, não pelas opiniões das
pessoas que vivem perto de nós, que seriam tentativas de manipular aquele que
pretende mudar a ser igual a tal. Cada um de nos temos escolhas, umas mais
difíceis e outras fáceis. Mais nem sempre o caminho mais fácil é o melhor pois é tão fácil que chegamos a onde queremos
mais rapidamente, chegando no final não se teria o prazer de se sentir
determinado e lisonjeado a si mesmo. Por ter superado obstáculos e passado por
momentos terríveis o caminho mais difícil acaba se tornando melhor para si
mesmo.
Qual é o caminho para a
reconstrução de nós mesmos?
Jéssica Zanetti
Com lápis e papel em mãos, me vejo
em um labirinto em minha própria mente e percebo que todos os dias quando
levanto tento descobrir a resposta para esta pergunta. Então o céu não me
parece mais tão azul e os pássaros se calam, parece que minha vida perdeu a cor
e não consigo mais voltar a ser feliz como era antes, cada vez mais as pessoas
tem se tornado falsas, tem nos deixado sem ao menos dizer adeus e isso parece
suficiente para acabar com um pedaço do seu mundo.
Procuro a resposta para uma
reconstrução interna de mim mesma, quero amar novamente e sentir isso tomar
conta de mim, mas como? Acredito que tal resposta se encontra no interior de
cada um, somos nós os responsáveis pela mudança, pelo interesse em se
reconstruir e ninguém pode nos ajudar nessa caminhada. Vou começar pelo
simples, querem vir comigo?
Sorria. Essa é a minha solução, o
prazer de viver, se não faz bem a você de início, faz bem para as pessoas ao
seu redor e pode mudar o dia de alguém, inclusive o seu e de alguns
colecionadores de sorrisos por ai.
Perdoe. Essa eu ainda não consegui e
parece que cada vez mais cresce a lista de pessoas que me magoaram e quem ainda
me magoam, e elas não saem da minha cabeça, porque de certo modo, já foram
importantes pra mim, mas o perdão aqui consiste em esquecer-se dessas feridas e
ficar longe de quem as fez.
Observe. Ficar olhando pra tela do
celular o dia inteiro não me ajuda, estou optando por observar as pessoas, como
fica o canto da boca delas quando sorriem, a cor do céu, o modo como seu melhor
amigo pega o lápis quando escreve, o que tem dentro dos olhos das pessoas.
Ame. Essa é a mais importante e a
mais difícil, como se eu quisesse só sentir isso e tudo já estaria bem, já
estaria reconstruída, mas não da certo, a vida é um conjunto de sentimentos,
precisamos apreciar todos e precisamos também desapegar de algo que já foi bom
e que agora tentamos comparar, como se nada chegasse a ser o suficiente perto
daquilo, é necessário permitir seu coração a uma nova possibilidade mesmo que
no início não pareça suficiente.
Encare. É o que se deve fazer ao
querer descobrir a resposta para a questão inicial. O medo de errar, de se
magoar de novo, faz com que as pessoas construam muros ao seu redor, impedindo
que ninguém entre nem saia e isso piora tudo, pois assim vamos nos fechando em
um mundo de pensamentos sombrios em nossa própria mente. Paramos de confiar até
nas pessoas certas e de ama-las também por medo de ser deixado.
O caminho para a reconstrução de nós
mesmos começa com nossa vontade de sair da prisão interior que nós mesmos
criamos, de se abrir a algo novo e com calma começar a sentir novamente os
prazeres da vida sem receio do que irá acontecer, deixe o seu coração te guiar.
O caminho para reconstrução de nós mesmos
Gustavo Rodrigues
Um caminho que você siga e se
sinta uma pessoa nova, uma pessoa totalmente feliz. Um caminho para a
felicidade, que ironia, um caminho que resolve seus problemas e
te traz alegrias, mas que tão pouca gente chega nele. Muitas pessoas se perdem
e acabam muitas vezes ficando piores do que já estão e tendo que procurar. Será
que vale a pena "suar" tanto para ir atrás da felicidade? Aí eu
te pergunto: o que é a
felicidade?
Sinceramente eu não sei o que é a
felicidade. Se é ajudar um amigo a ficar feliz. Fico feliz quando faço um amigo
feliz, fico feliz quando não acontece algo ruim, fico feliz quando jogo bola,
fico feliz quando escuto uma música mas por que não sou feliz? Ou eu sou e não
percebi isso?!
Digo para meus amigos serem, de
certa forma, mais "egoístas" e pensarem mais no que eles querem,
porque eles devem pensar neles, não se deixar abater pelas reclamações dos
outros e não permitirem que puxem eles para baixo, fazer o que tiverem vontade,
não mudar pelos outros, encararem a vida do jeito que eles querem que ela seja
e vejo que o que falo funciona, nisso só dá pra concluir que é fácil achar a
felicidade "dos outros" o difícil é ter "coragem" para
fazer essas coisas que parecem tão simples mas a falta de "coragem"
as torna em missões quase impossíveis. Errar uma vez e ter medo de continuar
buscando esse caminho, e errar novamente e novamente se desiludir com
as pessoas, com a vida, com você mesmo. Ver alguém triste a deixar alegre e
essa pessoa lhe dizer que você a deixa feliz por diversos ou poucos, porém
importantes motivos é uma das melhores sensações que existem. Aí eu digo:
"você pode ser triste sozinho, mas não pode ser feliz sem alguém",
isso pode parecer contraditório ao que disse no começo do parágrafo, mas, se
você não ligar para quem gosta de você, você pode acabar sozinho. Ignore quem
não te faz bem, e abrace quem te quer bem.
Qual o caminho para
reconstrução de nós mesmos?
Keila Hoffmann Silva
Vivemos
em sociedade e possuímos muita influência na construção de nosso caráter e nas
nossas crenças. Muitas vezes o meio social em que vivemos faz com que
acreditamos naquilo que a maioria crê, visto que se não aceitarmos essa “condição”,
estamos errados e condenados a ser uma pessoa infeliz. Mas o que é ser feliz
então e no que ajuda a nos reconstruir?
Desde a Grécia antiga busca-se a
resposta para “o que é a felicidade”. Se perguntarmos a alguém nos dias atuais,
a resposta vai ser ter saúde, paz, amor e dinheiro, mas vai muito além disso.
Segundo Sócrates, ser feliz não é apenas suprir a necessidade e os desejos do
corpo, mas fazer o bem a alma. Quando não se esta satisfeito ou de bem consigo
mesmo, é o momento que paramos para nos questionar o porquê de não estar/ser
feliz. É então que começa a busca pela reconstrução do caminho que nos leva a
felicidade.
Vi em um livro a seguinte citação do
livro Mentes e Manias:
“Tornou-se claro para
mim que os seres humanos buscam todo o tempo ser felizes, mas na maioria das
vezes faltam-lhes o “mapa” e o “navio” que os levam até essa ilha chamada
Felicidade”
SILVA, Ana Beatriz
Barbosa. 2004, p. 14.
É exatamente o que nos leva a
olharmos para dentro de si e ver o que tem de ser destruído para montar esse
mapa e achar o navio.
Entretanto, o caminho a ser seguido
para essa reconstrução vem de dentro pra fora, e não existe o caminho certo,
apenas que não prejudique o próximo e que ele possa se espelhar e se
reconstruir da mesma forma, por caminhos diferentes.
Qual o caminho da
reconstrução de nós mesmos?
Thaís Pereira
Esta pergunta está presente no cotidiano
de muitas pessoas, mas uma grande parte dessas pessoas direciona essa pergunta
para a reconstrução do caráter.
O caráter de um
indivíduo é o seu modo de ser, suas características próprias, seu temperamento.
Ele é um traço da personalidade, que diz respeito à maneira usual de cada um
agir. Este grupo de atributos, bons ou ruins, compõe o comportamento e os
valores morais das pessoas, resultantes de um processo evolutivo do sujeito, de
seu convívio com a família, a escola, a sociedade como um todo. Nossas
qualidades e defeitos são inerentes ao nosso caráter. Se alguma pessoa
quer reconstruir o caráter é porque isso tomou um rumo ruim para o
desenvolvimento pessoal de uma população.
Como já dizia Protágoras “O homem é
a medida de todas as coisas”, e uma dessas coisas é o caráter, e se há algum
problema com o caráter, o ser humano passa não ser mais completo, e sim
incompleto. A explicação para tudo
isso pode estar na frase do autor desconhecido, "Quem sabe o que é certo
acaba fazendo a coisa certa", se relacionarmos com o homem logo
encontramos a resposta, o homem pensava e ainda pensa que, todas as suas
atitudes estão corretas quando não estão eles de uma forma na qual a
reconstrução já não é mais possível.
O caráter é uma herança de umas
pessoas de tudo que ela aprende dos pais e do mundo, com seus conhecimentos e a
capacidade de saber o que é bom ou ruim. Às vezes de momento é bom, mais todo mundo sabe que uma hora há de pagar
por isso, como já dizia Epicuro “Caráter é aquilo que você é quando ninguém
esta olhando”.
Caráter não se pronuncia com atitudes sublimes. Se comprova
com os gestos mais nobres.
Felipe Magister
Qual é o caminho para a
reconstrução de nós mesmos?
Fabiana Cavalheiro Duarte
Thalia Cristina da Silva
E
então qual seria o caminho para a reconstrução de nós mesmos? Será que há um
único e definitivo caminho para seguirmos? Essas são algumas perguntas que alguns
de nós fazemos quando achamos que nada tem volta... Mas veremos se há e como
seguirmos.
Há muitos caminhos que possamos
seguir, basta escolher, decidir e agir, ou seja, escolher o que queremos,
decidir como faremos e agir, colocando tudo em prática.
Um caminho importante é a mudança de
ideais, ou seja, devemos estar dispostos a novas possibilidades. Questionar
seria um bom inicio, para sabermos as opiniões da sociedade e talvez
analisarmos nossos conceitos e rever nossas teses, pois estamos expostos a todo
o momento a mudarmos nossas opiniões sobre tudo.
E sobre as escolhas? O nosso tempo é
hoje, devemos fazer escolhas e decisões pensando em nós e não no que os outros
vão pensar ou dizer, pois às vezes por eles não conseguirem alguma coisa, irão
dizer que também não somos capazes. Mas não são eles que vão viver nosso
futuro, pois somos nós.
Portanto, devemos saber que sempre
há tempo e um caminho para recomeçarmos, basta acreditamos em nossa capacidade
e sermos persistentes, para um dia olharmos para trás e dizermos com muito
orgulho.
“CONSEGUI
RECONSTRUIR MINHA VIDA.”
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