Elaborada e coordenada por: Everton Luis Ferri e Danimar Bonai
Disciplina: Filosofia
Nível de Ensino: Médio e últimos anos do fundamental.
Problema filosófico: Que ações transformam o mundo: Como nos relacionamos com ele e com nós mesmos? O que é felicidade? Como relacionamos a felicidade com as mudanças do mundo?
Tema da unidade: Explanar o conceito de eudaimonia em Aristóteles.
Período de execução do plano: 2 horas.
Objetivos:
- Conhecer as opiniões gerais sobre felicidade, virtude, bem e as propostas de mudanças do mundo;
- Realizar um debate a respeito do tema da olimpíada e o conceito de Aristóteles;
- Contextualizar o discurso Aristotélico a respeito da virtuosidade nos dias de hoje;
Planejamento:
1º parte (08h30min às 08h45min)
De início os mediadores pibidianos farão uma dinâmica de apresentação: "Teatrando".
Objetivo da dinâmica:
- Quebrar o gelo inicial e conhecer os participantes.
Desenvolvimento:
1º momento (explicação de atividade)
Os professores pedirão que sejam formadas duplas aleatoriamente. De forma que, nessa conversa cada dupla crie um gesto que represente o colega, além do seu nome.
2° momento (apresentação dos estudantes)
Formar-se-á um grande círculo. Iniciando a atividade cada dupla da um passo à frente, diz seu nome, acompanhado do gesto. Em seguida, as pessoas do grande grupo repetem em côro o nome do animador e fazem o mesmo gesto. Assim segue até todos se apresentarem, e o medo do desconhecido ser quebrado, logo, a interação ter sido exitosa. Na sequência será apresentado o tema: “Sobre a felicidade”, de uma forma geral sem muita precisão provocando os alunos com suas próprias opiniões a refletirem sobre “o que cada um entende por felicidade?”. Nessa primeira parte o objetivo central é apresentação do tema e, por conseguinte, o reconhecimento do público.
2º parte (08h45min às 09h00min)
Após essa etapa de reconhecimento e introdução far-se-á a sensibilização utilizando uma propaganda da coca cola https://www.youtube.com/watch?v=2CDOFLCiVk4 (hit do verão – abra a felicidade), com o objetivo de contextualizar o tema.
Ainda nesta etapa, após a passagem do vídeo iniciaremos uma problematização partindo da propaganda. A primeira parte da problematização terá questões de ordem mais objetiva, que visam elencar os aspectos visuais do vídeo. Nesse sentido, serão abordados elementos como: as cores do cenário? Melodia remete a que? Quais objetos aparecem? Que personagens estão presentes?
Em seguida visando entrar na ordem do discurso que o vídeo se propõe será questionado sobre: existe algum discurso/ideologia presente no vídeo? Quais os conceitos usados para legitimar a sua mensagem? Ocorre alguma ligação da felicidade com a marca coca cola? Há alguma correlação entre consumo e felicidade? A felicidade advém de atividades empíricas e/ou teóricas?
Em suma, trabalharemos em torno da concepção de que todo discurso e ação humana possuem alguma finalidade, no caso legitimar uma mensagem, sendo necessário certo tipo de crítica em relação aos fatos e experiências. Visto que, comumente se supõe que a finalidade última das ações seja a felicidade, em especial neste caso mediante o consumo da coca cola. Essa questão da felicidade ser o fim a que a maioria das coisas tende será questionada, no sentido de ir além do presente, e efetuar vários links com a realidade dos estudantes em correspondência a teoria Aristotélica da felicidade como sumo bem da vida bem vivida.
3º parte (09h00min as 09h30min)
Nesse momento o público já terá se familiarizado com as principais noções de felicidade, e sendo assim a parte introdutória terá sido concluída. Inicia-se a investigação propriamente dita no que tange a parte mais teórica.
Fundamentação Bibliográfica:
Desenvolvimento: 1º momento (explicação de atividade)
Os professores pedirão que sejam formadas duplas aleatoriamente. De forma que, nessa conversa cada dupla crie um gesto que represente o colega, além do seu nome.
2° momento (apresentação dos estudantes)
Formar-se-á um grande círculo. Iniciando a atividade cada dupla da um passo à frente, diz seu nome, acompanhado do gesto. Em seguida, as pessoas do grande grupo repetem em côro o nome do animador e fazem o mesmo gesto. Assim segue até todos se apresentarem, e o medo do desconhecido ser quebrado, logo, a interação ter sido exitosa. Na sequência será apresentado o tema: “Sobre a felicidade”, de uma forma geral sem muita precisão provocando os alunos com suas próprias opiniões a refletirem sobre “o que cada um entende por felicidade?”. Nessa primeira parte o objetivo central é apresentação do tema e, por conseguinte, o reconhecimento do público.2º parte (08h45min às 09h00min)
Após essa etapa de reconhecimento e introdução far-se-á a sensibilização utilizando uma propaganda da coca cola https://www.youtube.com/watch?v=2CDOFLCiVk4 (hit do verão – abra a felicidade), com o objetivo de contextualizar o tema.
Ainda nesta etapa, após a passagem do vídeo iniciaremos uma problematização partindo da propaganda. A primeira parte da problematização terá questões de ordem mais objetiva, que visam elencar os aspectos visuais do vídeo. Nesse sentido, serão abordados elementos como: as cores do cenário? Melodia remete a que? Quais objetos aparecem? Que personagens estão presentes?
Em seguida visando entrar na ordem do discurso que o vídeo se propõe será questionado sobre: existe algum discurso/ideologia presente no vídeo? Quais os conceitos usados para legitimar a sua mensagem? Ocorre alguma ligação da felicidade com a marca coca cola? Há alguma correlação entre consumo e felicidade? A felicidade advém de atividades empíricas e/ou teóricas?
Em suma, trabalharemos em torno da concepção de que todo discurso e ação humana possuem alguma finalidade, no caso legitimar uma mensagem, sendo necessário certo tipo de crítica em relação aos fatos e experiências. Visto que, comumente se supõe que a finalidade última das ações seja a felicidade, em especial neste caso mediante o consumo da coca cola. Essa questão da felicidade ser o fim a que a maioria das coisas tende será questionada, no sentido de ir além do presente, e efetuar vários links com a realidade dos estudantes em correspondência a teoria Aristotélica da felicidade como sumo bem da vida bem vivida.
3º parte (09h00min as 09h30min)
Nesse momento o público já terá se familiarizado com as principais noções de felicidade, e sendo assim a parte introdutória terá sido concluída. Inicia-se a investigação propriamente dita no que tange a parte mais teórica.
Nesse momento o público já terá se familiarizado com as principais noções de felicidade, e sendo assim a parte introdutória terá sido concluída. Inicia-se a investigação propriamente dita no que tange a parte mais teórica.
Fundamentação Bibliográfica:
Nessa
investigação a respeito da felicidade me dediquei ao estudo da obra "Ética
Nicômaco" desenvolvida por um filósofo que viveu no século IV ao século
III a.C. chamado Aristóteles, nascido na Macedônia. No seu estudo, Aristóteles
explana o conceito de Eudaimonia, ou seja, a felicidade, e para isso tratará da
prática das virtudes e da prudência.
Para compreender a ligação entre esses conceitos é necessário
apresentar primeiramente a definição de "telos" desenvolvida por
Aristóteles, que significa que todas as ações e escolhas tendem a um fim
qualquer. Entretanto, o fim a que todas as ações e escolhas visam é sempre um
bem, ou melhor, o sumo bem.
Quando falamos no fim de alguma ação referimo-nos ao que ela
produz, tirando os casos em que a ação pode conter a finalidade em si mesma, e
visto que esse fim é sempre o bem, cabe a nós buscarmos o conhecimento sobre
tal bem.
Aristóteles utiliza os seguintes exemplos para explicar seu
conceito teleológico:
Contudo
em cada uma dessas atividades existe a possibilidade de se atingir uma certa
excelência, no sentido de realizá-la da melhor forma possível, por exemplo: a
riqueza depende de uma boa economia, a vitória de uma boa estratégia militar,
um navio de uma boa construção naval e a saúde de uma boa medicina.
“É característica do homem instruído buscar a precisão, em cada gênero de coisas, apenas até o ponto que a natureza do assunto permite.” (ARISTÓTELES, 2005, p. 19).
Falamos de atividades relativas, e da excelência de cada uma
delas, porém cabe aqui uma pergunta: se a excelência da medicina é a boa
medicina. Todas as atividades possuem um potencial para se atingir, o homem
enquanto tal não teria uma função que seja própria dele? E tendo uma função,
não teria ele a possibilidade de atingir a excelência sobre tal função?
Pois bem, aqui podemos retomar a questão inicial a fim de
responder essa pergunta, não esquecendo que estamos falando a respeito da
felicidade. A felicidade enquanto tal nos parece ser buscada como um fim em si
mesma. Independente de quem for e qual atividade pratique, a felicidade está
juntamente ligada com as ações e escolhas de cada um. E a felicidade é boa em
sua própria definição, é absoluta e auto suficiente.
Mas dizer que a felicidade é o bem supremo talvez pareça uma
trivialidade, ficando ainda por explicar mais claramente o que ela seja. E para
tanto, parece-nos que a tarefa seria mais fácil se pudéssemos determinar
primeiro qual a função do homem. [...] A vida parece ser comum até às próprias plantas, mas estamos agora, buscando saber o que é peculiar ao homem. Excluamos, pois, as atividades de nutrição e crescimento. A seguir, há a atividade de percepção, mas dessa também parecem participar o cavalo o boi e todos os animais. Resta, portanto, “a atividade do elemento racional” do homem; desta, uma parte tem esse princípio racional no sentido de ser obediente a ele, e a outra, no sentido de possuí-lo e de pensar. (ARISTÓTELES, 2005, p. 26 e 27).
Agora fica mais claro compreender o conceito teleológico a
respeito da função própria do ser humano, e a ligação que Aristóteles
estabelece entre felicidade e virtude. Pois para tanto, viver é uma atividade
comum a todos os seres vivos, porém a atividade do elemento racional é própria
do ser humano.
“E, como a “atividade do elemento racional” também tem duas acepções, devemos deixar claro que nos referimos aqui à acepção de exercício ativo desse elemento, pois esta parece ser a mais própria do termo”. (ARISTÓTELES, 2005, p. 27).
Existem então homens, e bons homens e o que os distingue é a
bondade, ou seja, um bom homem é aquele que atinge a excelência da atividade do
elemento racional.
“O bem do homem vem a ser a atividade da alma em consonância com a virtude e, se há mais de uma virtude, em consonância com a melhor e mais completa entre elas. ” (ARISTÓTELES, 2005, p. 27).
Então
a definição de felicidade é: uma atividade da alma em consonância com a virtude. Pois bem, depois de ter alegado a definição cabe-nos explicar a
respeito da virtude. A virtude pode ser definida como “uma disposição da alma
em conformidade com o que é bom e desejável”. Mas como esse assunto está
sujeito a opiniões pode ser difícil estabelecer o que é bom e desejável para
todos. Por isso afirma Aristóteles:
A vida de atividade conforme a virtude
é aprazível por si mesma, pois o prazer é um estado da alma, e para cada homem
é agradável aquilo que ele ama; e não apenas um cavalo dá prazer ao amigo de
cavalos e um espetáculo ao amador de espetáculos também os atos justos ao
amante da justiça e, em geral, os atos virtuosos aos amantes da virtude. (ARISTÓTELES, 2005, p. 29 e 30).
A única maneira de alcançarmos a virtude é exercitando-a, nos
habituando a sermos virtuosos nas nossas escolhas e nossas ações diariamente.
Pois a virtude é uma disposição humana, uma atividade em que os seres humanos
se dispõem a fim de serem virtuosos e consequentemente felizes. Afirma ainda
Aristóteles:
Ademais, de todas as coisas que nos vem por natureza, primeiro
recebemos a potência e só depois exteriorizamos a atividade. Isso fica mais
claro no caso dos sentidos, pois não foi por ver ou ouvir repetidamente que
adquirimos a visão e a audição, mas pelo contrário, nós as tínhamos antes de
começar a usá-las e não foi por usá-las que passamos a tê-las. No entanto, com
as virtudes dá-se exatamente o oposto; adquirimo-las pelo exercício, tal como
acontece com as artes. (ARISTÓTELES, 2005, p. 40).
Para Aristóteles, dependemos então do desenvolvimento da virtude
para atingirmos a verdadeira felicidade, que é o bem buscado por todos. O erro
mais comum entre os homens é a incapacidade de bem deliberar, de decidir o que
fazer, esta indecisão é o que leva o ser humano a escolher algo que não
necessariamente é o que ele realmente quer. Com o exemplo dos prazeres isso é
muito comum, muitos se deixam guiar pelos prazeres esperando que estes o tornem
mais felizes, quando na verdade a própria escolha do prazer visa um fim que não
está nele mesmo. A felicidade não é um momento passageiro, pois se assim fosse,
ela se assemelharia ao prazer, e por prazer entendemos um meio para se atingir
a felicidade.
É importante destacar que
todos os bens definidos pela maioria dos homens, por mais superficiais que
sejam não são descartáveis, pelo contrário, fazem parte do processo até a
felicidade. Mas a proposta Aristotélica nos oferece um método, para que
possamos nos afastar de comportamentos viciosos, o do justo meio, ou melhor, o
meio termo, relativo a nós e a cada situação que vivenciamos.
Com isso fica claro o
porquê que só é possível à felicidade conforme o desenvolvimento da virtude,
pois se o fim do ser humano é a atividade racional, cabe a nós seres humanos,
desenvolvermos tal atividade a fim de torná-la ativa, e isso implica em bem
raciocinar sobre as coisas, para que no âmbito prático tenhamos a capacidade de
utilizar a prudência e o meio termo.
Questionamentos teóricos:
A
felicidade mais perfeita está ligada ao empirismo e/ou a vida
contemplativa/intelectual? A felicidade é inata ou adquirida mediante a prática
das virtudes? Existe algum tipo de felicidade universal ou esta é
relativa/particular? A felicidade poderia ser entendida como atividade da alma,
mediante a prática educativa em correlação ao conhecimento, uma espécie de
aprender a viver?
Também abordaremos um quadro com as virtudes aristotélicas, de
modo a ressaltar a importância do meio termo como sinônimo de caráter virtuoso,
independente da atividade posta. Esse quadro contemplará as virtudes da
coragem, liberalidade, justa indignação, modéstia, gentileza, prudência,
respeito próprio, magnificência, temperança, amizade e agudeza de espírito.
Outrossim, a abordagem dessas virtudes implicará em destacar também os seus
opostos, seja a falta ou o excesso.
4° parte (09h30min às 09h45min)
Intervalo!
5° parte (9:45 às 10:15)
Avaliação:
Referências Bibliográficas:
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução: Pietro Nassetti. - São Paulo: Ed. Martin Claret, 2005.
Avaliação:
Os
Pibidianos responsáveis pela apresentação levarão imagens que representem ações
humanas ligadas às virtudes, para que os alunos trabalhem os temas discutidos
em cima das imagens. O trabalho poderá ser feito em duplas ou trios, como os
estudantes se sentirem mais à vontade. Ainda, os estudantes receberão uma folha
em branco, na qual será colada a imagem escolhida pelo grupo, e os alunos
deverão reconhecer os conceitos apresentados na oficina em cada imagem. Ainda
na quinta parte depois de ter concluído a atividade de interpretação, a ideia é
que os estudantes colem as folhas com imagens em um cartaz para ser apresentado
ao grande grupo geral da Olimpíada.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução: Pietro Nassetti. - São Paulo: Ed. Martin Claret, 2005.
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