OFICINA: O OUTRO QUE NÃO É EU, É QUEM?

PLANO DE UNIDADE DE APRENDIZAGEM: O OUTRO QUE NÃO É EU, É QUEM?
Matheus Pinto Zaro*
Disciplina: Filosofia

Nível de Ensino: Médio

Série: A atividade foi planejada pensando-se em uma oficina para alunos de 1°, 2° e 3° ano do Ensino Médio.

Problema filosófico: Quem é o outro?

Tema da unidade: Ética; Filosofia de Schopenhauer.

Período de execução do plano: 1 hora e 30 minutos de oficina.

Objetivo geral:
  • Analisar momentos em que julgamos o outro.
  • Provocar uma reflexão crítica sobre o que é o outro.
  • Descobrir maneiras éticas de atuação frente ao outro.

Metodologia:
Após a chegada dos alunos no bloco, eles serão encaminhados para suas devidas salas. Haverá 7 salas para 7 oficinas. Na sala “O Outro que não é Eu, é Quem?”, que é a oficina que será tratada nesse plano, discutir-se-á a ideia de possibilidade de conhecer realmente quem é outrem. Para que chegue-se a esse fim, utilizar-se-á o método de ensino de Filosofia segundo Silvio Gallo. Esse método consiste em posicionar um plano de aula de maneira, Sensibilizante, Problematizante, Investigativo e Conceitual (GALLO, et al, 2007). Para esses devidos fins, primeiramente será pedido que todos os envolvidos na oficina façam uma breve apresentação de si e de seu envolvimento com filosofia. Posteriormente iniciará os trabalhos com a etapa da sensibilização, através de um trecho de 7 minutos do filme, “Bicho de 7 cabeças”. Com esse trecho, espera-se que os alunos comecem a se preparar para a outra etapa da aula, que será de problematização e investigação conceitual. Cabe salientar também, que esse debate vai depender muito do envolvimento e das experiências que os alunos trouxerem a aula. Nessa etapa, os alunos serão questionados intensamente sobre se eles realmente sabem o que são as outras pessoas. Também será nessa etapa, que iniciará o processo de relação entre o tema da oficina com o tema das olimpíadas. Pois, crê-se que para haver cuidado com o outro, precisa-se primeiramente saber quem é esse outro. Devido a isso, é que o tema da oficina teve um caráter mais epistemológico do que conceitualmente ético até então. Mais para o final da oficina, dará se o processo de conceituação dos problemas elencados previamente. Nesse momento dará-se apresentação a aspectos da filosofia de Arthur Schopenhauer. Destacar-se-á nessa teoria, principalmente os conceitos de Vontade e Representação e ao Egoísmo humano (SCHOPENHAUER, p. 45).

Materiais a ser utilizados:
  • Computador ou nootebook com internet.
  • Retro projetor.
Plano da oficina:

1° Etapa) Apresentação dos alunos. Com a intenção de promover bons debates em sala, denota-se a importância dos alunos conhecerem o ambiente em que estão e os seus colegas. As apresentações ocorrerão de forma que cada um possa, dizer alguns dados pessoais como, nome, idade e colégio. Mas também será pedido que respondam, o por que deles quiseram participarem da Olimpíada de Filosofia?

2° Etapa) Para abrir a temática da oficina, colocar-se-á uma cena do filme “bicho de 7 cabeças”. Essea cena tem a intenção de sensibilizar os alunos e de contextualizá-los no fluxo conceitual que tem o tema. Explico. A cena do filme mostrará a dificuldade que tem um pai de compreender o que está se passando com seu filho, pelo fato de ele usar drogas. Frente a isso, o pai vai internar seu filho numa clínica psiquiátrica, para que eles tratem do seu filho, o qual ele julga ser um viciado. Essa cena destacada, mostrará a complexidade que o ser humano tem em entender outra pessoa. Em síntese, crê-se que a partir desse vídeo, poderá se fazer um debate bastante reflexivo frente ao que é o outro.

3° Etapa) Debate sobre o filme. Nessa etapa se dará a etapa de investigação e problematização, em função da cena do filme e da questão temática da oficina. Primeiramente, os alunos serão questionados sobre possíveis problemas apresentados no vídeo, frente a relação do pai com seu filho. Em segunda via, eles serão abordados constantemente a respeito da existência ou não da possibilidade de se conhecer o outrem. EM síntese, a investigação e a problematização ocorrerão em forma de diálogos e questionamentos.

4° Etapa) Nessa etapa, será introduzido aspectos de teoria filosófica, para que haja alguma conceituação frente ao tema da oficina. Para isso, utilizar-se-á alguns conceitos da filosofia de Arthur Schopenhauer. O problema sobre a possibilidade ou não de conhecer o outro, será levado até que em algum momento chegar-se-á a teoria schopenhaueriana. Os conceitos, Vontade e Representação são alguns dos conceitos que poderão ajudar a resolver o problema elencado na oficina. Em Schopenhauer, será feito o link do tema da oficina com seus conceitos. Por fim, elencar-se-á a questão problema da Olimpíada de Filosofia, " O Cuidado com o Outro: Que Diferença isso faz para nossas existências?". Crê-se que, após a resolução do problema da possibilidade das pessoas realmente conhecer outrem. Poder-se-á resolver o problema da Olimpíada de Filosofia.
A conclusão da oficina poderá ter diversas direções, dependerá muito das abordagens dos alunos. No entanto, já se imagina um ideal de conclusão dessa oficina. 

Conclusão:
A conclusão terá um eixo filosófico schopenhaueriano, com ideias a partir dos conceitos de Representação e Vontade. Assim, poderá se chegar a ideia de que o Outro é aquilo que um sujeito representa em seu aparelho mental-psíquico (consciente). O outro então não pode ser conhecido, mas apenas representado por um sujeito consciente do outro. Perante a esses conceitos resolver-se-á o problema da oficina prontificada nesse relatório. Já para resolver o tema da olimpíada de filosofia, levar-se-á os conceitos de Schopenhauer para um ideal de um fim moral. Nesse quesito, poderia se pensar que em Schopenhauer, a atitude moral que se pode ter frente ao outro, é a aceitação e a liberação do outro para ser como ele é. Ou seja, se não se pode conhecer o outro, então para que haja uma boa convivência com ele é necessário que se aceite como ele é, sem reduzi-lo a mera representação da Vontade do Sujeito representante.

Referências:
GALLO, Sílvio (Unicamp) / FAVARETTO, Celso (USP) / ASPIS, Lima (Unicamp). Filosofia no Ensino Médio (Coleção 4 DVDs). Produtora: Atta Mídia e Educação. 2007.

SCHOPENHAUER, Arthur. O Mundo como Vontade e Representação. Tradutor: Heraldo Barbuy. Créditos da digitalização: Membros do grupo de discussão Acrópolis (Filosofia). Disponível em:
<http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/24881-24883-1-PB.pdf>

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