Nível de ensino: Médio
Monitores Pibidianos: Éverton Luís Ferri e Suzy Menegat
Disciplina: Filosofia
Duração: 1 hora e meia
Objetivos gerais: O propósito principal da oficina será analisar o pensamente de Maquiavel em sua época, comparando-o com as ideias que os alunos forem desenvolver sobre a nossa atual situação política brasileira.
Objetivos específicos:
- Apresentar alguns dados históricos do século XV e do século XVI sobre o contexto político da Península Itálica e as cidades/estados vizinhas;
- Provocar os alunos a analisarem os problemas sociais do nosso País, e debater possíveis soluções;
- Estudar as principais características da filosofia política de Maquiavel;
METODOLOGIA
1° Momento: Será feita a apresentação do contexto político do século XV e XVI, baseado na aula expositiva constada no link a seguir:
https://www.youtube.com/watch?v=D5W4KyMMFyM;
https://www.youtube.com/watch?v=D5W4KyMMFyM;
2° Momento Serão levadas notícias sociais e políticas atuais do Brasil para desenvolver um debate acerca de como um bom político deveria agir para resolver tais situações. A oficina começa com uma questão:
Como resolver os problemas atuais da política Brasileira? (Tempo para opiniões
aleatórias). O segundo passo será para sensibilizar a partir do problema,
criando um cenário imaginário em que os alunos tenham uma opinião fundamental e
efetiva para quem governa. Será feita a mesma pergunta, mas agora a resposta
irá realmente mudar alguma coisa, pois será “ouvida pelos nossos governantes. ”
Que problemas seriam
esses?
De acordo com a agenda de
notícias CNI, os maiores problemas que o País vem enfrentando são:
1.
Corrupção;
2.
Drogas;
3.
Violência;
4.
Lentidão
da justiça/ impunidade;
5.
Saúde;
6.
Inflação;
7.
Desemprego;
8.
Impostos
elevados;
Como lidar com esses
problemas?
3° Momento: Apresentar os escritos de Maquiavel,
como conselhos para quem for governar. Também será utilizado uma cena da série Game of Thrones, para exemplificar algumas características de como deve agir um bom governante segundo Maquiavel em sua obra O Príncipe. (A saber a cena é do 5° episódio da sétima temporada e ilustra a parte em que Maquiavel defende que um bom príncipe deve ser amado e temido, mas antes que só ser amado, melhor que seja temido).
ALGUMAS CITAÇÕES DA OBRA O PRÍNCIPE
XV. As coisas pelas quais os homens
e, especialmente, os príncipes são louvados ou desprezados, página 68:
“E muitos imaginaram repúblicas e principados
que nunca foram vistos nem conhecidos na realidade, porque há tanta distância
de como se vive a como se deveria viver, que aquele que deixa aquilo que faz
por aquilo que se deveria fazer aprende mais a ruína do que a sua preservação:
porque um homem que queira professar o bem em toda a parte arruína-se entre
tantos que não são bons. Portanto, é necessário a um príncipe, querendo
manter-se, que aprenda a não ser bom, e usar esse aprendizado e não o usar
segundo a necessidade. ” (MAQUIAVEL. 2015, P 68).
VI Dos principados totalmente novos
conquistados com armas próprias e virtù,
página 27:
“Não estranhe se, ao
falar dos principados totalmente novos, tanto em relação ao príncipe como em
relação ao tipo de Estado, eu apresentar grandíssimos exemplos porque,
caminhando os homens quase sempre na trilha batida por outros e procedendo
imitativamente em suas ações, ainda que não possas chegar à mesma virtù daquele que tu imitas, deve um
homem prudente entrar sempre na trilha batida pelos grandes homens, e imitar
aqueles que são tidos como excelentíssimos, a fim de que, se a sua virtù não alcança, pelo menos lhe renda
algum odor; e fazer como os arqueiros prudentes, aos quais parecendo o alvo que
pretendem atingir demasiadamente distante, e conhecendo detalhadamente a quanto
vai a virtù de seu arco, apontam a
mira mais acima do local destinado, não para alcançar tamanha altura com sua
flecha, mas para poder, com a ajuda de sua mira alta, atingir seu próprio alvo.
” (MAQUIAVEL. 2015, p 27).
XIV. Os deveres do príncipe para com
a milícia, página 65:
“Um príncipe deve,
portanto não ter outro objetivo nem outro pensamento nem relevar coisa alguma
para sua arte senão a disciplina e os ordenamentos relativos à guerra, porque
esta é a única arte que se espera de quem comanda; e é coisa de tanta virtù, que não somente mantém aqueles
que nasceram príncipes, como muitas vezes permite que pessoas privadas
tornem-se príncipes; e, por outro lado, vê-se que os príncipes, quando têm
pensado mais nas delicadezas do que nas armas, têm perdido os seus estados. E a
primeira causa que te faz perder o Estado é teres negligenciado essa arte, e a
causa que te faz ganhar é teres bem professado essa arte. ” (MAQUIAVEL.2015, p
65).
XVIII. De que modo os príncipes devem
observar a fidelidade, página 77:
“Sendo, portanto, necessário a um príncipe
saber usar bem a besta, deve imitar a raposa e o leão, porque o leão não se
defende das armadilhas, a raposa não se defende dos lobos. Precisa, portanto,
ser raposa para conhecer as armadilhas e leão para atemorizar os lobos. Aqueles
que usam simplesmente o leão não se mantêm de forma duradoura. Não pode,
portanto, um príncipe prudente, nem deve observar a fidelidade quando tal
observância se volta contra si e não existem mais as causas da promessa de
fidelidade. E, se os homens fossem todos bons, esse preceito não seria bom;
porém, como são maus e não observariam a fidelidade em relação a ti, tu também
não tens por que observá-las em relação a eles. Nem jamais faltaram a um
príncipe razões legítimas para colorir a inobservância. Disso se pode dar
infinitos exemplos modernos e mostrar quanta paz, quanta promessa são feitas
irrisórias e vãs pela infidelidade dos príncipes; e aquele que melhor souber
usar a raposa teve maior sucesso. Mas é necessário saber colorir bem essa
natureza e ser um grande simulador e dissimulador: e os homens são tão simples,
tanto obedecem às necessidades presentes, que aquele que engana encontrará
sempre quem se deixe enganar. ”
(MAQUIAVEL. 2015, p 78).
XIX. Da fuga do desprezo e do ódio,
página 81:
“E assim, como eu disse acima, querendo um
príncipe manter o Estado, é muitas vezes forçado a não ser bom, porque, quando
a maioria, ou o povo ou os soldados ou os grandes que sejam, da qual tu
dependes para manter-se, está disposta à corrupção, convém-te seguir essa
disposição para satisfazê-la e, então, as boas obras são tuas inimigas. Mas
venhamos a Alexandre, o qual foi de tanta bondade que entre os outros louvores
a ele atribuídos está este: em quatorze anos que manteve o império, ninguém foi
morto sem ter sido julgado; no entanto, sendo tido como efeminado, e homem que
se deixasse governar pela mãe, e por isso vindo a ser desprezado, conspirou
contra ele o exército, e mataram-no.”
(MAQUIAVEL. 2015, p 87).
VIII. Dos que chegaram ao principado
por meios celerados, página 40:
“Não se pode, no entanto,
chamar de virtù massacrar os seus
cidadãos, trair os amigos, ser sem fé, sem piedade, sem religião: meios que
permitem conquistar império, mas não glória. ” (MAQUIAVEL. 2015, p 40).
XVII Da crueldade e da piedade; se é
melhor ser amado do que temido, página 73:
“Porem quando o príncipe
está com os exércitos e tem sob seu governo multidão de soldados, então é
totalmente necessário não descuidar do nome de cruel, porque, sem esse nome,
não se mantém jamais o exército unido nem disposto a alguma façanha. Entre as incríveis
ações de Aníbal se enumera esta que, tendo um exército grossíssimo, misto de
infinitas gerações de homens, conduziu a milícia em terra estrangeira, não lhe
surgindo nenhuma desavença, nem entre eles, nem contra o príncipe, tanto na
adversidade como na prosperidade. O que não pode nascer de outra senão daquela
crueldade inumana, a qual, junto com sua virtù
infinita, o fez sempre, no conceito de seus soldados, venerado e terrível; e,
sem aquela, sua virtù não lhe
bastaria para causar esse efeito. E os escritores, quanto a isso merecedores de
pouca consideração, de um lado admiram o efeito de sua ação e, de outro lado,
condenam a principal causa desta. ”
(MAQUIAVEL. 2015, p 75).
XXV. Quanto pode a fortuna nas coisas
humanas e de que modo resistir-lhe, página 111:
“No entanto, para que o
nosso livre-arbítrio não seja apagado, julgo poder ser verdadeiro que a fortuna
seja árbitra de metade de nossas ações, mas que também ela nos deixe governar a
outra metade ou quase. E comparo aquela a um destes rios destruidores que,
quando se enfurecem, alagam as planícies, arruínam as casas e os edifícios,
levam a terra dessa parte, colocam-na naquela outra; todos à frente fogem, tudo
cede ao seu ímpeto, sem se poder, em alguma parte, resistir-lhe. E ainda que as
coisas sejam assim feitas, não significa, no entanto, que os homens, quando os
tempos são de calmaria, não possam tomar providências, e com barragens e
diques, de modo que, crescendo depois, ou ele seria desviado por um canal, ou
seu ímpeto não seria nem tão licencioso nem tão danoso. De modo similar
intervém a fortuna, a qual demonstra seu poder onde não encontra a resistência
ordenada pela virtù e volta seu
ímpeto para onde sabe que foram feitos diques e represas para contê-la. ”
(MAQUIAVEL. 2015, p 111 e 112).
REFERÊNCIAS
Maquiavel, Nicolau. O
príncipe / tradução de Hingo Weber – 6. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015. –
(Vozes de Bolso)
https://www.youtube.com/watch?v=D5W4KyMMFyM
https://www.youtube.com/watch?v=D5W4KyMMFyM
Parabens! Gostei desse trabalho; irei usar-lo
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