O movimento dialógico interdisciplinar e a constituição formativa humana

O MOVIMENTO DIALÓGICO INTERDISCIPLINAR E A CONSTITUIÇÃO FORMATIVA HUMANA

Elaborado por: Viviana Furlan*

Começar o dia entre pessoas cheias de energia e novidades, dispostas a aprender e ensinar, com um grande foco em comum: a formação e o papel docente. Uma reunião na qual os interesses e comprometimentos individuais tornaram possível uma experiência única de cooperatividade formativa com o compartilhamento das trajetórias, projetos, recursos, ideias, entre tantas outras ferramentas, somente disponível num diálogo aberto e construído na diversidade ampla de perspectivas unidas em um ideal: a formação humana na educação. Ei, espere, não seria docente a palavra? 
Não, nossa escolha não estava limitada a formar professores, pois um docente não é apenas um professor, mas assim como o aluno, ambos não se limitam a uma identidade fixa ou lugar delimitado. Ambos são seres humanos complexos, dotados de razão, emoção, problemas e saberes próprios, com os quais se interrelacionam complementando-se e construindo um espaço de aprendizagem, onde o ensinar e o aprender se agregam em ambos os papéis. Assim, o olhar lançado nestes estudos realizados dia 09 e 10 de abril visaram a formação docente em sua totalidade, tanto como aprendente em processo contínuo, quanto como um ensinante profissional, mas não menos preocupado com o humano. Nestes dias ressaltamos a natureza de um professor e seu impacto na realidade do ensino.
A conclusão de que o professor deve reconhecer a complexidade formativa, seja ela em si, em seus alunos ou a própria comunidade escolar, transformou-se numa tarefa de cunho infinito. Eis um desafio que o preenche de responsabilidades até mesmos ocultas, caso não aja uma abertura a reflexão de seu papel tão denso e exigente de si. A responsabilidade aqui não é somente a de ensinar, mas de continuar a aprender e perceber-se como um modelo foco da constante avaliação de seus alunos e, a partir deste cenário, um exemplo da assimilação teórica e prática de seus ideais e/ou conteúdos. Fez-se necessário anexar neste cenário interativo de reflexões uma leitura hermenêutica Gadameriana, destaque ressaltado com os bolsistas da filosofia que poderá ser acessado no final desta reportagem em sua íntegra. Agora veremos como se constituiu a construção deste cenário.

Nas duas manhãs tivemos a contribuição enriquecedora do pessoal das humanas com Filosofia, Artes e Letras-Espanhol; das ciências da natureza, com Química e Biologia; e das Exatas com a Matemática. Passaremos rapidamente sobre as exposições, dedicando um olhar mais atencioso à cobertura das atividades do PIBID-Filosofia, visto que cada grupo citado acima terá um espaço dedicado em suas respectivas páginas para os que tiverem igual interesse nestas demais áreas.

Neste encontro estiveram presentes dentre os bolsistas, alguns professores, supervisores e até coordenadores envolvidos com o projeto, visto que participaram ativamente na composição deste cenário, seja com orientações, como com o aprendizado de suas interações. A presença deles durante o evento forma enriquecedora pela visão das mudanças e impactos alcançados ou não, com as atividades diferenciadas promovidas pelos bolsistas. Os relatos, tanto dos supervisores quanto dos demais licenciandos vieram a ressaltar ainda mais nosso foco de pesquisa sobre o ensino e a ética. Ficou claro nas exposições a importância comum de atender a demanda de envolvimento contínuo e interrelacional na formação docente.
O diálogo, assim como a realidade da comunidade, são ferramentas essenciais à significação no aprendizado. Toda “bagagem” teórica dos conteúdos, independente da área de atuação, mostrou-se vazia ao âmbito da aprendizagem, quando isenta de movimento e dialogia entre as partes envolvidas. A natureza criativa e inovadora das oficinas propostas atingiu tanto a formação dos professores, quanto dos supervisores e dos alunos das escolas cadastradas no projeto. A co-dependência cooperativa para a constituição desta natureza almejada para as oficinas fez-se essencial à personalização dos grupos do PIBID e sua identidade que não se restringe em dar aulas, mas a complementar e explorar o lúdico, rompendo restrições de tempo e espaço. As atenções dedicadas à inovação possível de dinâmicas nas atividades do PIBID pareceram o espaço ideal para nós, os primeiros bolsistas, encontrarem seu lugar, devido a necessidade de descoberta do potencial e dos limites a serem superados. Opções e sugestões mesclaram-se em harmonia ao empenho de envolver alunos, escola e sua comunidade com o processo de aprendizagem e ensino, desde confecções artísticas e teatrais, exploração da música e sua cultura no bairro, produções de vídeos, reprodução de mapas, pesquisas em campo, uso de laboratórios, estímulo à curiosidade, diálogo sobre questões sociais pertinentes, cultivo de horta, valorização da produção escrita e da história dos alunos, revitalização e cuidado com o ambiente escolar através da arte, entre outras...
Ficam de sugestão de aprofundamento as duas exposições de natureza filosófica com abordagens éticas promovidas pelas manhãs ao encargo da bolsista supervisora Tenisa com o tema: "A formação filosófica e aconstituição ética do sujeito: Possibilidades e contribuições ao PIBID” e dos bolsistas Rodrigo e Viviana com a abordagem: Ensinar e Aprender: O modo de formação do indivíduo” e também outras duas promovidas à tarde pelos bolsitas Matheus e Patrik com foco em: "Análise da prática pedagógica no programa PIBID/Filosofia-UCS em Schiller" e Lucas com sua proposta entitulada: "A ética no ensino de filosofia"
*Bolsita integrante do projeto PIBID/UCS - Filosofia

Nenhum comentário:

Postar um comentário