Ética em Kant

PLANO DE UNIDADE DE APRENDIZAGEM: Ética em Kant
Disciplina: Filosofia
Nível de Ensino: Médio
Tema da unidade: Apresentação do Imperativo categórico kantiano
Período de execução do plano: 45 minutos.
Objetivo:
  • Apresentar a ética pela perspectiva de Kant;


Plano de aula da oficina:
Apresentação e chamada: 5 minutos
Sensibilização e Problematização: 10 minutos
Onde encontrar mais sobre este filósofo no livro didático: páginas 6, 10, 15, 16, 17, 18, 20 e 21

Dando início à atividade:
Deve ser colocada no quadro as quatro premissas para que o aluno acompanhe de melhor modo a construção pretendida. Assim também pode ser colocada no quadro a questão que no texto se encontra destacado em negrito:
Apresenta-se as premissas:
  1. Todos os entes racionais desejam a felicidade;
  2. A felicidade é subjetiva, ou seja, cada ser a realiza de forma diferente;
  3. O ser humano interage com o mundo e no mundo a partir do seu agir;
  4. Toda ação pode ser avaliada como ética ou não ética;

Se a felicidade é um bem que todos buscam, porém ela se realiza de forma subjetiva. Os atos praticados conduzem a felicidade. Uma pergunta se faz pertinente: Como podemos estabelecer alguma norma, lei ou critério na qual conseguimos estabelecer se um agir é ético ou não?

Abre-se um rápido debate sobre a questão:

Investigação:  15 minutos
Após o debate traz-se a questão para a perspectiva Kantiana. Aqui há uma necessidade de colocar no quadro os conceitos chaves da teoria ética a ser trabalhada, no texto estes conceitos se encontram ou em negrito ou em itálico no texto. Este mantém-se em uma linguagem que possibilite ao ministrante a abertura para mais explicações da teoria. Sendo oportuno a clarificação sempre que necessária de cada ponto apresentado.

No primeiro capítulo da obra “crítica da razão prática” Kant trata “dos princípios da razão pura prática” com o seguinte enunciado:

CAPÍTULO PRIMEIRO
DOS PRINCÍPIOS DA RAZÃO PURA PRÁTICA
§ 1.° — DEFINIÇÃO Princípios práticos são proposições que encerram uma determinação universal da vontade, subordinando-se a essa determinação diversas regras práticas. São subjetivos, ou máximas, quando a condição é considerada pelo sujeito como verdadeira só para a sua vontade; são, por outro lado, objetivos ou leis práticas quando a condição é conhecida como objetiva, isto é, válida para a vontade de todo ser natural.

Para Kant a razão é a legisladora de leis e máximas. As leis e as máximas são fundamentos práticos que são elaborados pela razão e que finalizam uma vontade do agente. Temos então que “a vontade é a razão prática, o instrumento para compreender o mundo dos costumes e orientar o indivíduo na sua ação.” Deve-se salientar que todas as ações do ente racional são frutos de sua vontade. As leis práticas são formulados como válidas para qualquer ser racional. Já as máximas são formuladas como válidas apenas para aquele sujeito.
Estas duas fundamentações práticas devem ser seguidas como deveres. A ideia do dever não deve ser entendido como uma obrigação posto por outrem, mas sim estabelecida pela própria pessoa, uma vez que as normas morais são originadas pela razão do próprio ente racional. Para Kant um ato é ético quando feito de forma autônoma, consciente e por dever.
Para o filósofo alemão todo o agir tem de ter pretensão de ser universalizado. Todo o agir tem de ser pensado de modo que o ato possa ser tomado como uma regra que todos possam realizar sem causar prejuízo a humanidade. Esta exigência é chamada por Kant de Imperativo Categórico. Nas palavras do filósofo:
Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal. (FUNDAMENTAÇÃO DA METAFÍSICA DOS COSTUMES)
Entretanto podemos realizar atos contrários ao dever. Kant nos diz que isso acontece devido as inclinações. Essas inclinações são desejos, medos e paixões que afetam a nossa vontade. Para sermos éticos temos que, sempre, através da razão nos educarmos para a vontade alcançar a boa vontade que não se deixe afetar pelas inclinações.
Podemos dizer que a ética Kantiana é formalista. Logo ela não dá atenção a condição conceitual ou ao conteúdo da ação.

Construção conceitual 15 minutos
Retomando os pontos iniciais se recoloca a questão inicial para os alunos. Desta vez cobra-se que a construção das respostas deles se use de termos e conceitos da teoria ética Kantiana. Após essa construção então questiona-se aos alunos sobre: a felicidade como um fim seria justificável para Kant? Aqui o planejamento abre duas possibilidades para tratar deste ponto. *Caso o tempo possibilite ou não, pode se  tratar de forma direta ou por meio de um novo debate..
Caso seja possível o ministrante coloca abaixo das premissas postas no quadro uma quinta premissa. Esta premissa montada pelos aluno e tem de ser ou uma máxima ou uma lei prática. Ao ser postulada questiona-se aos alunos do porque se aquela ação que seguiu todas as premissas, para Kant não seria ética.
Abre-se um novo debate caso o tempo permita de mais ou menos 5 minutos. Após as considerações dos alunos se riscam os pontos A e B, destacando que a felicidade seria o problema, pois não finalizaria o ato em si, mas sim seria um final que extrapola o ato.

*Caso não seja possível traz-se diretamente o elemento do imperativo hipotético e o imperativo categórico.
É pelo imperativo categórico que a vontade é ética, pois se encerra em si a ação. No hipotético a vontade orienta a ação como meio para a obtenção de outra coisa além dela.

Referências
COTRIM, Gilberto e FERNANDES, Mirna. Fundamentos de Filosofia. 2 Ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

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