Reflexão Ética na vida cotidiana

Plano de projeto da oficina: Reflexão Ética na vida cotidiana
(elaboração: Rodrigo Souza da Silva e Viviana Furlan)

Disciplina: Filosofia

Nível de Ensino: Médio

Série: A atividade foi planejada pensando-se em sua aplicação para ambas às turmas de 1º, 2° e 3° anos em oficinas de sensibilização e introdução do aluno ao âmbito da ética como parte do projeto em execução do PIBID.

Problema filosófico: Revisão de conceitos já trabalhados com produção autônoma de associação e aplicação de conteúdos trabalhados ao longo do ano com problemas éticos do cotidiano escolhidos aleatoriamente pelos alunos. Sobre diferentes temas ainda vingará questões pertinentes a ética já trabalhadas como: O que justifica nossas tomadas de decisões frente a ações próprias ou de outros quando embargam consequências para outras pessoas? Fins podem justificar meios? O direito à vida pode ou deve ser universalmente estendido a todos e em todos os casos? O que é o cuidado de si? Até que ponto temos vontade própria ou somos controlados pelas informações que nos rodeiam?

Tema da unidade: Ética: sensibilização e assimilação de quatro diferentes âmbitos de aplicação dos valores éticos trabalhados ao longo do ano, respectivamente: o cuidado de si; o consumismo excessivo; fazer justiça com as próprias mãos e a alienação no trabalho. Todos com ênfase frente aos possíveis  juízos éticos e a autonomia nas tomadas de decisão.

Período de execução do plano: 1h:40 min.

Objetivo Geral:
ü  Identificar autonomamente alguns diferentes aspectos já trabalhados em oficinas anteriores a fim de proporcionar momentos de criação espontânea da vivência de seus saberes construídos ao longo do processo, possibilitando percepcionar (reconhecer) em si fragmentos éticos vistos ao assimilá-los em aplicação teatral própria.

Objetivos específicos:

ü  Desenvolver o hábito da análise em reflexão sobre as possíveis tomadas de decisões de fundo ético em diferentes situações, reconhecendo-se como autor capaz de escolhas e discernimento;
ü  Produzir situações com fundos éticos de acordo com a demanda recebida, identificando possíveis momentos de promoção às escolhas pessoais dentre suas vivências próprias;
ü  Assimilar valores éticos com suas produções, possibilitando-os a percepção das consequências advindas das escolhas na construção da sua dignidade humana;
ü  Compreender a importância da relação entre a tomada de decisão pessoal com a reflexão interna antes de um agir sobre ela, envolvendo assim ao equilíbrio aristotélico;
ü  Perceber a importância de enxergar e respeitar o outro como a mim mesmo na hora de decidir coletivamente dando abertura de fundo aos princípios do imperativo kantiano;
ü  Instigar ao questionamento e debate reflexivo frente ações ligadas a juízos éticos já trabalhados em oficinas anteriores, reconhecendo a importância da ética na vida social;
ü  Contribuir à constituição de referenciais éticos internos crítico-reflexivos sobre o agir humano contido nas escolhas pessoais, possibilitando a projeção em seu círculo de atuação social;
ü  Reconhecer o olhar crítico sobre seus próprios valores morais em confronto às situações criadas em debate e com o outro com auxílio da ética das virtudes aristotélica, quando visionado um fim;
ü  Perceber a relação entre a escolha, suas vontades e o discernimento a fim de possibilitar a autonomia e assimilação em postura ética empregada ao bem;
ü  Deslocar o foco do julgamento do ser agente da ação para o impacto de seu ato com base nas virtudes e no phronesis, identificando o ponto de equilíbrio entre razão e emoção (Boa vontade e desejos).

Conteúdos constituidores da aprendizagem:

ü  Escolhas, decisões e ações;
ü  Juízos morais e juízos éticos;
ü  Ética e tomada de decisões;
ü  Principialismo x consequencialismo;
ü  Postura crítica-reflexiva
ü  Virtudes e equilíbrio (phronesis aristotélico);
ü  Direito à vida e dignidade humana;
ü  Justiça e poder;
ü  Vontade, liberdade e determinismos;
ü  Cuidado de si;
ü  Autonomia, razão e emoção
ü  “Arte” de discernir
ü  Ato voluntário e ato condicionado;


Metodologia:

A fim de proporcionar um “apanhado” geral sobre o que foi construído entre os alunos e o grupo do PIBID, será feito um fechamento com uma metodologia que promova a produção autônoma de ideias constituídas ao longo do percurso com oficinas anteriores. Assim optamos por uma atividade de composição teatral que mistura teoria e prática simulada, proporcionando ao aluno um momento de criatividade e autoria coletiva.  A produção teatral instiga a assimilação de conteúdos com possíveis situações problemas tematizadoras aleatórias e inicialmente ocultas aos grupos que encenarão. Fato que necessitará de abertura a interação entre os indivíduos com retomada de suas compreensões pessoais à construção de uma ideia coletiva sobre o tema em que serão desafiados.
A ponte gerada de suas experiências pessoais, adjuntas as teorias já trabalhadas ludicamente e ao auxílio de um monitor inserido em cada grupo irão formar a base inicial para a exposição da práxis tanto na hora de interagir e respeitar o outro quanto na própria encenação, fruto final dessa experiência de reflexão ética. A liberdade de análise e criação sobre o tema sugestionado servirá como fonte de percepção da assimilação dos dados propostos com situações reais e compartilhadas em significação pelos grupos.
A apresentação e pontuação dos grupos em forma de “disputa” surgem como uma proposta para enriquecer a formulação da peça e dos argumentos posteriores, pois a cada positivação das respostas visionadas pelos demais grupos durante a apresentação, o grupo que encenou também receberá pontuação pelo sucesso ao passar a ideia de forma compreensível para o outro. E, os que devem avaliar a cena, deverão se esforçar para reconhecer aspectos vistos ao longo do ano e possíveis juízos éticos escolhidos para preencher a temática encenada.
Essa metodologia envolverá o esforço de todos os alunos a criação do ambiente de aprendizagem mutua e seu enriquecimento, quanto dos monitores ao instigar a criação dos alunos e participação de todos em cada minigrupo, mantendo o movimento harmônico entre os mais ativos e os mais retraídos na exposição de seus pensamentos.
Para o sucesso final é essencial a cooperação de todas as partes e a transformação de ideias em atos, permitindo-nos reconhecer se houve ou não uma assimilação proveitosa dos alunos ao longo da inserção do projeto PIBID entre os estudantes na escola que é um dos principais objetivos desse fechamento.

Descrição do plano de Oficina passo a passo:
Num primeiro momento as turmas recebidas serão divididas em quatro grupos menores. Para isso havia pensado em distribuir balas de quatro cores diferentes para que se reunissem de acordo com a cor da embalagem. Porém se não conseguirmos viabilizar, podemos fazer por contagem oral de um a quatro a cada aluno construindo assim uma equipe de números “um”, outra equipe, de “dois” e assim por diante. Os monitores irão delimitar o espaço da sala no qual cada grupo irá se reunir para ouvir as orientações gerais.
Neste momento deverão ser passados os avisos do desafio que irão ter de enfrentar. Cada grupo sorteará somente ao término delas um pergaminho com as propostas de provocações temas. Antes disso não deverá ser exposto de forma alguma quais os temas contidos no interior dos misteriosos pergaminhos, que respectivamente serão:
1. O consumo excessivo: liberdade X determinismo
2. O cuidado de si.
3. Fazer justiça com as próprias mãos.
4. Alienação no trabalho.
Ambos os pergaminhos contêm o tema central a ser explorado e algumas perguntas provocativas a reflexão e que remetem a alguns dos conteúdos vistos em oficinas anteriores.
As orientações gerais anteriores ao início das atividades deverão priorizar informações frente ao como deverão proceder com a informação secreta do sua “futura missão”. Ou seja, devemos prepara-los neste momento à necessidade da criação de uma cena ou situação que englobe o tema de forma teatral e ético. Assim a cena projetada deverá conter necessariamente a passagem por um dilema ou escolha pessoal que possa representar o assunto que receberão para conduzir uma reflexão tanto individual quanto coletiva ao expor suas ideias pessoais sobre o tema provocativo.
Logo, a ênfase deste momento deve ser dedicada à forma de construção, de pontuação e a estipulação das regras de tempo e de execução dos momentos da atividade. Etapa essencial para direcionamento responsável e evolução da produção sempre frisando o respeito a cada momento, tempo e seus participantes atuantes nele. Resumidamente as regras serão:
J  Cada grupo deverá envolver-se com seu projeto cênico em segredo e todos seus integrantes deverão participar, podendo ensaiar em locais separados por quinze minutos no máximo retornando após ao local do encontro inicial;
J  Cada peça não deverá ultrapassar cinco minutos de apresentação, podendo ser dramática, cômica, ou outra qualquer desde que contenha a ideia misteriosa envolvida a algum problema ético;
J  Durante as apresentações os demais grupos deverão respeitar e observar atentamente, pois suas pontuações dependerão de sua atenção e cooperação com direito à cinco minutos para discutir entre sua equipe a construção de uma frase que sintetize a ideia do grupo teatral. Para expor suas conclusões, os grupos deverão dispor de argumentos vistos ao longo das oficinas e trocando experiências entre si.
J  O grupo atuante avaliará a resposta dos demais grupos positivando ou não pontuação a eles.  A cada pontuação às equipes observadoras, serão compensados um ponto extra ao grupo que contracenou de forma a compensar que se fez entender. Aos monitores cabe averiguar a sensatez das pontuações podendo penalizar pontos caso haja incoerências na avaliação.
Após serem explanadas as regras, dar-se-á início a oficina. As equipes terão em torno de quinze minutos (no máximo) para elaborar uma situação da vida real que possa ser apresentada em cinco minutos e que represente a ideia sugerida para que os demais grupos possam analisar posteriormente, podendo se organizar fora da sala inicial. Haverá um monitor cada grupo para controlar tempo e participação de todos com orientações e questionamentos motivadores para além do pergaminho se necessário.
Assim, passados os quinze minutos, todos retornaram a um ponto central para inicio das apresentações.  Enquanto cada grupo se apresenta, os demais deverão observar atentamente, pois no decorrer de cada cena finalizada terão cinco minutos para debater e escrever uma síntese do que viram. Ao total cada apresentação deverá ter no máximo cada grupo terá no máximo 15min, sendo cinco para a cena, cinco para os demais grupos descreverem a ideia da cena e mais cinco para avaliação do grupo que encenou e pontuação dos demais. Assim a atenção de todos será de extrema importância para seu desempenho final na oficina.

Abaixo segue uma descrição de sugestão à orientação para a etapa de registro escrito e de análise reflexiva das cenas com a qual os monitores poderão auxiliar na produção escrita e oral:
Orientações para o registro dos grupos frente às análises e descobertas dos desafios contidos nas cenas:
1.       Resumir em uma única frase a suposta mensagem que imaginam que o grupo quis passar contracenando e escrevê-la no papel almaço para leitura posterior com complementação oral do como surgiu tal ideia.
Dicas para argumentação:
I.                    Como chegaram à construção desta frase?
II.                  A cena apresentada possui alguma questão ética que vocês já viram em outros momentos? Qual?
III.                Por que acreditam que a cena é a representação de um problema ético?
IV.                Qual foi a escolha diante do problema?
V.                  Vocês concordam com a decisão na situação apresentada ou agiriam diferente?
VI.                Na cena, a escolha foi motivada por princípios morais ou  por objetivos finais? Eram valores nobres?
Após a leitura da frase para o grande grupo, seus autores poderão complementar em no máximo cinco minutos com informações sobre sua análise resposta ao desafio.
O grupo que encenou irá avaliar se está correta a resposta ao seu desafio pontuando ou não ao grupo observador. Lembrando aqui que a cada pontuação às equipes observadoras, serão compensados um ponto extra ao grupo que contracenou de forma que se fez entender. Aos monitores cabe averiguar a sensatez das pontuações podendo penalizar pontos caso haja incoerências na avaliação.
Os quinze minutos restante serão reservados para imprevistos e entrega da pontuação e premiações com uma avaliação dos alunos sobre as atividades propostas pelo PIBID até aqui.

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