ANÁLISE
DA PRÁTICA PEDAGÓGICA NO PROGRAMA PIBID/FILOSOFIA-UCS EM SCHILLER
Matheus Pinto Zaro
Patric de Oliveira Peres
Subprojeto do Curso de Licenciatura em Filosofia da UCS
Local de atuação: Escola Estadual São Caetano
Este artigo pretende fazer uma
análise e destacar a importância da fundamentação estética na prática
pedagógica. Para isso, utilizamos a experiência das atividades dos bolsistas do
programa Pibid Filosofia-UCS, na Escola Estadual São Caetano, período de 2014. O
pensador Schiller se mostrou essencial para a explicação das atividades
educacionais desenvolvidas na escola, e por isso suas ideias foram referências
para o presente estudo. Deste modo, estudamos a obra “A Educação estética do
homem: numa série de cartas”, e destacamos conceitos chaves Schillerianos, que
demarcam a arte como parte integrante da formação pedagógica humana. Johann Christoph
Friedrich Von Schiller foi um grande expoente na cena intelectual e literária
da Alemanha no século XVIII. Seus
trabalhos se destacaram e destacam por
teorizar a importância da estética no cenário educacional e científico do
Ocidente. Cabe salientar que a arte desde Sócrates fora tratada de forma
secundária pela maioria dos filósofos e cientistas, como denota Nadja Hermann
(2005,p. 11): “Assim a arte não obtinha grande destaque para a formação cívica
e intelectual do humano, coube a Immanuel Kant e a Schiller relembrar a
importância da arte na vida moral dos humanos”. Os conceitos Schillerianos
trabalhados serão apresentados na seguinte ordem: Impulso Racional, Impulso
Sensível e Impulso Lúdico. O Impulso Racional, em Schiller, tem como referência
ideias do filósofo Immanuel Kant. Esse impulso seria a pura forma que busca a
unidade (verdade) das coisas. É aquele que faz o homem pensar as coisas como
elas realmente são e sempre serão. Podemos exemplificar a razão como uma lógica
matemática, onde dois mais dois sempre será quatro. Já o Impulso Sensível é
aquele que vem por primeiro ao homem. Na sensibilidade o homem aprende a gostar
e é nela que começa a construção moral, através do gosto. O Impulso Lúdico é
aquele que une os dois impulsos Razão-Sensível e forma aquilo que chamamos de Ser
Humano. O Ser Humano é aquele que se diferencia de outros seres, porque é o
único que é capaz de criar coisas novas, através da união gosto-razão. Neste
Impulso o homem torna-se livre para ser e para criar. A obra de arte é e será
sempre o produto original do humano, pois ela é sua própria criação com a sua
própria subjetividade embutida. Na
segunda etapa do trabalho, trouxemos um pouco da experiência do Pibid na
escola. Em destaque, utilizamos relatos e experiências da última oficina
realizada no dia 12 de Dezembro de 2014. A oficina teve como pano de fundo a
obra literária “O Mágico de Oz”, de Lyman Frank Bauman, com cooperação de
teorias filosóficas. A oficina realizada foi promovida apenas uma vez e para
todos os alunos de Ensino Médio da escola. Dividimos os estudantes em três
grupos representando cada qual um
personagem da obra em conjunto com um tema filosófico. Os grupos, em conjunto
com os guias do Pibid, tiveram que justificar os motivos dessas personagens desejarem
obter uma característica que faltava a eles. Assim, o Leão que não possuía
coragem desejava a coragem para ser livre. O pensamento de Jean Paul Sartre
auxiliou esse grupo para pensar os motivos da necessidade da coragem para ser
livre. Já o Homem de lata não possuía coração, faltava-lhe natureza. As ideias
de Friedrich Nietzsche auxiliaram esse grupo para pensar a importância da
natureza. O Espantalho não possuía cérebro e nem razão, o pensamento de René
Descartes ajudou esse grupo a justificar a importância da razão para essa
figura. Houve posteriormente, um debate filosófico entre todos sobre a representatividade de cada ideal personificado nessas figuras literárias. Para
fazer a análise da oficina, transcrevemos um relato de um participante do Pibid,
que auxiliou um dos grupos e pedimos que resultado esperava ou encontrou com
essa oficina após um ano de trabalho da escola. De tal modo, avaliamos se houve
ou não desenvolvimento pedagógico a partir da teoria do impulso lúdico de
Schiller. Assim, analisamos os resultados da oficina para saber se houve
progresso ético-científico com o trabalho de um ano, a partir da aproximação de
artes com a filosofia. Os resultados interpretados mostram que é fundamental a
estética para a prática pedagógica. Todas as oficinas realizadas tiveram um
tema artístico como pano de fundo, desta forma toda vez que o grupo Pibid
chegava a escola era recepcionado com interesse por parte dos alunos. Havia
curiosidade tanto de alunos como de professores com os nossos trabalhos e algumas vezes integramos professores para ajudar
nas atividades. Por fim, a promoção de uma educação estética feita pelo Pibid, buscou
não só resultados científicos e morais, mas também trazer o aluno para a
realização daquilo que ele é, um ser que pensa, gosta e cria.
Palavras-chave: Educação, Estética e PIBID
Referências
HERMANN, Nadja. Ética e estética: a relação quase esquecida.
Porto Alegre: EDIPUCRS, 2005. 119 p.
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