sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Vamos falar sobre a morte?

A vida é longa, vamos viver tudo o que há para viver, suas diversas possibilidades, construir sonhos, amar, festejar, e porque não estudar também? Ser um eterno aprendiz. Isso é o que se diz no início da vida. Mas aí o tempo vai passando, fugindo escorregadiamente sem ser aproveitado corretamente, e quando derrepente nos damos conta que a vida é finita, ou se preferir podemos chamar esse momento de descoberta da morte. Isso ocorre com algum amigo que morre em um acidente ou mesmo com um ente familiar que adoece e não resiste a tal. Ali há um choque, o que vale dizer comumente não serve para muita coisa em que pese um susto na pessoa ao se deparar com a interrupção de uma vida, um tipo de choque momentâneo.                                    
 Nesse momento a morte emerge como um ponto de inflexão/reflexão acerca da vida, algo curioso, visto que a vida deveria ser pensada durante seu percurso, e não excepcionalmente em momentos esporádicos e trágicos, ao que nos parece. E se tivermos outra vida? Mesmo que haja outras vidas a questão é viver essa da melhor maneira como ela se apresentar, em suas potencialidades. A vida que vale a pena ser vivida provavelmente não tem regras universais do tipo “10 regras para pessoas eficientes e felizes” em que pese necessita de planejamentos para funcionar de alguma forma.                                                
“Talvez eu não tenha vivido como deveria,” ocorreu-lhe de repente. “Mas, como, se eu sempre fiz o que deveria fazer?”, respondeu, imediatamente descartando essa hipótese; a solução para o enigma da vida e da morte era algo impossível de encontrar”. Essa é uma famosa passagem da obra A morte de Ivan Ilitch de Leon Tolstói. Nesse livro encontramos uma série de reflexões que são feitas acerca da temática da morte no que tange suas diversas possibilidades de constituição por parte das pessoas, com ênfase num personagem principal. Apesar de tratar da morte como proposta central da escrita a história não foca exclusivamente nela a ponto de se tornar entediante, pelo contrário, uma vez que inúmeros argumentos, ações, picuinhas, fazem parte da historia de um homem que vive, mas não sabe exatamente porque vive, ao menos é o que parece descobrir em certo momento da trama. Mais informações vá até a obra original e tire suas próprias conclusões, afinal spoolers atrapalham a curiosidade. Faça isso antes que a morte se faça presente de tal modo que quando ela estiver em cena é você quem não mais estará! 

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