Máximo
Górki é um autor russo do século XX que participa de vários movimentos revolucionários
russos ao longo de sua vida, excepcionalmente nos anos de 1915, de tal forma que
sofreu perseguições, censuras e prisões. Tem proximidade intelectual com Tolstói,
por exemplo, o que por si só já demonstra sua relevância intelectual. Nesse sentido
vamos debater aqui alguns elementos de uma obra sua chamada “Os Inimigos”. Nela
há uma construção de diversos tipos psicológicos de personagens estereotipados,
que poderiam agir em sociedade no que tange sua transformação. Além disso,
ocorre uma reflexão sobre o trabalho, sobre a dignidade humana em relação ao que
se está fazendo com a vida, o tempo que se gasta/investe em cada atividade,
qual o papel do dinheiro, das amizades, do conhecimento como emancipador, das
indústrias, do capitalismo, do governo, nesse contexto. Talvez caiba uma conexão
marxiana aí.
Górki
escreve em forma de literatura, não obstante o tanto que se pode perceber de
filosofia em seus escritos é impressionante. Nesse romance em especial podemos
notar que há uma forma de investigação minuciosa sobre um suposto assassinato
cometido por um operário e daí decorre uma série de hipóteses para encontrar o
culpado. Cabe ressaltar que o morto, dono da fábrica, e, portanto, um possível chefe
opressor não tem tanta atenção tomada para si, mas, que a ênfase está mais em
ressaltar aspectos de sua vida, e, dessa forma se era válida uma investigação
sobre isso, pelo menos esta é a versão que circundava em meio aos operários. Já,
pela parte da polícia o crime era orendo e deveria ser solucionado, embora não
tanto pelo fim de uma vida, mas, sobretudo, por ser um personagem social
importante, assim se ele fosse um simples operário sua relevância seria possivelmente
diminuta.
Os personagens
principais que ocupam posições mais elevadas em geral só estão preocupados com
seus “umbigos”, o lucro de amanhã, o que irão vestir. Em última instância temos
uma obra de dualidades, opressores, oprimidos, justiças, injustiças, sujeitos
que tem de lutar por sua sobrevivência e outros que tem ela mais tranquila,
facilitada. Um belo panorama das desigualdades sociais russas do século XX é
retratada na obra. Nesse ínterim, indagamos se o valor da vida humana se
encontra nos cargos e posições que ocupamos? Cada pessoa não deveria ser
respeitada e valorizada por si só? Os sistemas sociais em que vivemos hoje são
necessários e diferentes dos da época? Seria possível ser diferente? Como? Por quê?
Saia do seu quadrado!
Nossa, muito obrigada pelo texto, me ajudou muito com o vestibular!
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